sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Perdi o gosto!
Perdi o gosto bom das coisas, ela disse no começo da
manhã. Fiquei pouco atônita, pouco pensativa, como assim? Perdi, ela
disse. No final do dia, depois de horas de trabalho, alguma desilusão,
dor nas costas por passar mais de oito horas sentada, o corpo doido por
uma água morna, os pés implorando uma pantufa cheia de aconchego, a
barriga pedindo por favor uma comida boa e honesta, o coração pulando em
busca de um porto, eu entendo. Entendo o gosto dilacerado ou perdido ao
longo do dia. Mas uma manhã como essa, pura e nova e fresca e tão azul,
de um azul bonito e quente, um azul vivo e limpo, não sei.
Clarissa Corrêa
Assinar:
Postagens (Atom)