sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Perdi o gosto!
Perdi o gosto bom das coisas, ela disse no começo da
manhã. Fiquei pouco atônita, pouco pensativa, como assim? Perdi, ela
disse. No final do dia, depois de horas de trabalho, alguma desilusão,
dor nas costas por passar mais de oito horas sentada, o corpo doido por
uma água morna, os pés implorando uma pantufa cheia de aconchego, a
barriga pedindo por favor uma comida boa e honesta, o coração pulando em
busca de um porto, eu entendo. Entendo o gosto dilacerado ou perdido ao
longo do dia. Mas uma manhã como essa, pura e nova e fresca e tão azul,
de um azul bonito e quente, um azul vivo e limpo, não sei.
Clarissa Corrêa
domingo, 11 de agosto de 2013
Pessoa especial
"Aprendi também que por mais que você queira muito alguém, ninguém vale tanto à pena a ponto de você deixar de se querer."
domingo, 28 de julho de 2013
De vez em quando...
"De vez em quando choro. É bom
chorar. Eu não tenho vergonha, mas em todos os momentos existe a certeza
de ter feito uma escolha acertada, de estar caminhando em direção à
luz. Não nego nada do que fiz, também não tenho arrependimentos ou
mágoas: eu não poderia ter agido de outra maneira — mesmo em relação a
você — levando em conta o quanto eu estava confuso naquela época. Também
já não tenho aquelas queixas infantis, na base do ‘tudo dá errado pra
mim’, ou autopunições como ‘eu sou uma besta, faço tudo errado’. Nada é
errado, quando o erro faz parte de uma procura ou de um processo de
conhecimento. Gosto de olhar as pedras e os desenhos do vento na
superfície da água, gosto de sentir as modificações da luz quando o sol
está desaparecendo do outro lado do rio, gosto de sentir o dia se
transformando em noite e em dia outra vez, gosto de olhar as crianças
brincando no corredor de entrada e das palmeiras que existem no meio da
minha rua — gosto de pensar que vou sempre ter olhos para gostar dessas
coisas, e por mais sozinho ou triste que eu esteja vou ter sempre esse
olhar sobre as coisas. Não sei muito, também não tenho muito, também não
quero muito, mas estou aprendendo a respirar o ar das montanhas."
Prometemos e não cumprimos...
"E a gente promete nunca mais
telefonar para quem nos faz sofrer, mas acaba telefonando, e ele atende,
e implica, e a gente some, e ele chama, e a gente volta, e briga, e
ama, e sofre, e ama, e ama, e ama, e desama, e termina, e quando parece
que cansamos, que não há mais espaço para um novo amor, outro aparece,
outro parto, começa tudo de novo, aquele ata-e-desata, o coração da
gente sendo puxado para fora."
Entenda as pessoas antes de agir
"E você descobre que ele acha
que saudade ou vontade de fazer carinho se resume a uma passada de mão
na sua bunda, ou uma apertada no seu peito. E você percebe que a vida
dele, que você tanto colocou no pedestal, pode se um pouco boba, ou até
mesmo triste. (…) Será que não da pra recomeçar tudo de novo e tentar
acertar dessa vez? (…) Ainda que doa deixar pessoas morrerem, se agarrar
a elas é viver mal assombrado."
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